Patrimônio Histórico


Sobradão


Construído em 1821 pelo construtor João de Barro, em pau-apique, o prédio tem quatro andares, em estilo barroco, representado por suas características e dimensões um dos mais interessantes exemplares de arquitetura de linhas do Brasil Colônia.

 O Sobradão é formado por um único bloco de construção, em quatro pavimentos e estrutura de madeira e taipa, possuindo 59 janelas e oito portas, sendo que a principal mede 3,60 de altura.

O prédio foi construído para sediar o palácio do Governo, quando se cogitou da criação da Província do Estado do Jequitinhonha, do qual Minas Novas seria a Capital. O casarão foi utilizado como fórum da comarca local por vários anos nos idos de 1900 e serviu de sede da extinta escola normal. O Sobradão é o marco turístico do município, pelo seu significado histórico e arquitetônico para a época de sua edificação, tanto no aspecto funcional quanto no construtivo, o edifício mereceu ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 25 de setembro de 1959.

Hoje funciona em seu interior: Museu de Antiguidades, exposição de Artesanato, biblioteca pública e a Secretaria Municipal de Cultura, turismo e loja de Artesanato.


Capela de São Gonçalo


Segundo a tradição local, a capela de São Gonçalo seria a mais antiga da cidade, devendo-se sua construção aos portugueses que se fixaram na então Vila do Fanado. Estes a teriam edificado co a fachada principal voltada para o morro da contagem, onde se localizava a Casa de Fundição, cuja proteção estaria sob a invocação do Santo Padroeiro da Capela. A conservação, em seu interior, de um ex-voto datado de 1763 parece comprovar que o edifício servia ao culto por essa época.

De qualquer forma, há menção à capela em livros escritos anteriormente à independência confirma a existência do modesto templo de Minas Novas já no período colonial. O partido arquitetônico da capela apresenta aspecto geral de grande simplicidade. A planta se compõe de nave, capela-mor, e duas sacristias laterais opostas às paredes da capela-mor notando-se a ausência de torres ou sineiras. A estrutura da construção é em taipa e madeira, a cobertura em duas águas nos corpos principais e meia água nos cômodos das sacristias, enquanto as beiradas são em cachorros e madeira corrida. A fachada é simples, mas graciosa, com cunhais de madeira, duas janelas rústicas a altura do coro, pequeno óculo de madeira em meio à baixa empena e uma bela porta com verga em desenho de curvas e vedação em folhas caprichosamente almofadadas.

Internamente, nota-se interessante sistema de acesso ao coro e ao púlpito, que se faz através de estreito corredor embutido na espessura da parede de taipa, solução bem singular na arquitetura colonial mineira.


Capela de São José


Ignorada a data exata da construção da Capela de São José, no município de Minas Novas, presumivelmente edificada na segunda metade do século XVIII e considerada, pelos especialistas, como uma das mais interessantes e originais construções religiosas do período colonial mineiro.

A singularidade de seu partido arquitetônico – e a única de traçado octogonal do Brasil colonial – foi comparada, pelo historiador Sylvio de Vasconcelos, ao da capela templária de Lion, na França, construída no século XVIII. Segundo o especialista, as plantas dos dois edifícios não são apenas semelhantes, mas, iguais.

Entretanto essa coincidência parece ser fortuita e resultado da investibilidade dos construtores locais, principalmente se considerada a tendência geral da época, de dinamizar o partido arquitetônico das pequenas capelas e igrejas, com o aparecimento das fachadas chanfradas. O corpo central da Capela de São José é constituído pela nova de forma octogonal, coberta por uma pequena cúpula e precedida por um vestíbulo do tipo alpendre, desprovido de forro e tendo, a meia altura das paredes, vão fechados por grades de madeiras recortadas. A capela-mor, de planta hexagonal, liga-se à nave por um arco cruzeiro de madeira e é coberta por um teto abobadado e apainelado.

Lateralmente à capela-mor vê-se o sino em uma delgada janela no corpo da nove. O tratamento das superfícies internas é de grande refinamento, especialmente os forros apainelados com arremates em talha. A simplcidade da talha do único retábulo – o da capela-mor é compensada pela excelente qualidade das pinturas existentes acima do altar, com a representação de cenas ligadas à iconografia de São José: Visitação, à esquerda e fuga para o Egito, à direita.

Matriz de São Francisco


Pertence originalmente à Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Minas Novas, teve sua construção presumivelmente na Segunda metade do século XVIII. A talha de seu altar-mor, em estilo rococó tardio, parece datar de fins daquele século ou de princípio do século XIX. Não foram todavia localizadas informações documentais sobre época precisa da edificação da igreja ou da autoria das obras de construção.

Mas existem referências à antiga capela franciscana de Minas Novas em texto do início do século XIX, notadamente na “Corografia Brasílica” de Aires do Casal (1817) e nas “Memórias Históricas” de Pizarro e Araújo (pelos anos de 1820), nestas últimas figurando com o nome de “Capela da Conceição” e sendo expressamente mencionada como sede da Ordem Terceira de São Francisco da antiga vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso.

A igreja foi reformada várias vezes ao longo do tempo. Em reforma interna levada a efeito recentemente, suprimiram-se os dois altares do arco-cruzeiro sendo também retirado à antiga grade de separação entre a nave e a capela-mor.

O edifício, estruturado originalmente em taipa e madeira, obedece a planta composta de nave, capela-mor e largos corredores-sacristias ao longo da nave da capela. No segundo pavimento, estes corredores possuem tribunas em toda extensão, abrindo-se para o interior da igreja.

A fachada principal é desprovida de torres, na sua simplicidade, mostra porta única e três janelas rasgadas por inteiro, com balaústres entalados, à altura do coro, e um óculo ao meio da empena, abaixo do qual abriu-se recentemente pequena sineira. Todas as portas e janelas laterais são trabalhadas em almofadas. A igreja apresenta internamente forro abobadado na capela-mor e telhado aparente na nave, onde se destacam os dois púlpitos em madeira e almofada.


Igreja Nossa Senhora do Amparo


Foi construída sob os auspícios da irmandade dos Homens Pardos da antiga Vila do Fanado e parece datar da segunda metade do século XVIII, época do apogeu das irmandades e confrarias religiosas do período colonial em Minas Gerais.

Diversas reformas e modificações foram realizadas no edifício, ao longo de sua história. A igreja filia-se ao partido tradicional das matrizes mineiras da primeira metade do século XVIII, com planta quadrangular, torres ligeiramente em destaque, englobadas no retângulo da nave, e corredores-sacristias ao longo das paredes da capela-mor.

A fachada segue em linhas gerais o mesmo partido, apresentando torres em secção quadrada cobertas com telhadinhos de quatro água, empena lisa com pequeno óculo, porta almofada, quatro janelas com balaústres de madeira recortada, notando-se porém, a ausência de cunhais aparentes. Sendo a capela-mor a única parte da igreja primitiva conservada entacta, ai se localizam consequentemente as remanescentes peças de interesse decorativo: o retábulo, a pintura do forro e algumas imagens em madeira policromada, entre as quais a da padroeira Nossa Senhora do Amparo, uma de Santa Barbra de excelente confecção.

O altar-mor, em talha de rococó de boa qualidade e características regionais e estruturas em pilastras e quartelões com delicados ornatos e dois pequenos ninchos com dosséis nas laterais e arrematado no coroamento por guirlanda de flores pintadas.



Nossa Senhora do Rosário
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Dentre as lendas contadas na região, uma diz que um negro encontrou a imagem de Nossa Senhora do Rosário no rio Fanado e a levou para o alto de um morro, onde foi erguida a Igreja do Rosário.

Por tradição, é realizada a festa que se inicia com a “Busca da Santa”. Os fiéis saem em procissão na direção do rio Fanado para repetir a atitude de seus ancestrais.
Uma semana anterior ao início dos festejos, os moradores acordam pela madrugada para buscar água no rio Fanado para lavar a igreja em preparação à festa, a que chamam de “Quinta-feira do Angu”. Nos dias subseqüentes, são do reinado e posse, com missas, procissões, barraquinhas com comidas típicas, cortejos folclóricos e participação dos congadeiros e banda de música. A festa de Nossa Senhora do Rosário é uma tradição que se repete anualmente na cidade desde os meados do século XVIII, sempre entre os dias 23 a 25 de junho, conservando o caráter folclórico e religioso, mostrando a grandiosidade da fé nos minasnovenses.
No painel em pintura do forro, em forma de medalhão, acha-se representada a figura de Nossa Senhora do Amparo, com o menino Jesus em flores nas mãos pisando em nuvens.

A data – 1834 – é bem visível, juntamente com a inscrição em latim “Refugium Peccatorium”.


Igreja de Nossa Senhora do Rosário


Não foram localizados elementos documentais esclarecedores sobre a data de construção da igreja. Pelas características construtivas, presume-se que sua edificação tenha ocorrido ainda no século XVIII, embora conste, por tradição local, que a instituição da irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos  da antiga vila do Fanado, responsável pela ereção do templo, se deu no ano de 1810.

Todavia pode-se afirmar, com certeza que se trata de construção do período colonial, porquanto existem referências a igreja em textos já de inícios do século XIX, como a “Corografia Brasílica”, de Pizarro e Araújo (altura de 1820).

Este templo é ainda hoje um dos mais prestigiados pelos fiéis da cidade, especialmente por nele se realizar, anualmente, a Festa do Rosário, celebrações religiosas e folclóricas, uma tradição que ali remonta ao ano de 1810.

A igreja apresenta aspecto tradicional e retardatário, filiando-se ao partido das matrizes mineiras da primeira metade do século XVIII, com planta quadrangular, divisão em nave, capela-mor, corredore-sacristias ao longo das fachadas laterais do edifício.

A fachada principal compõe-se de torres de secção quadrada e cobertura em forma de telhado, empena lisa com pequeno óculo, porta almofada e duas janelas com balaústres de madeira recostada. A estrutura da construção é em madeira e taipa, com telhado em duas águas e beirais em cachorros.

Internamente, possui forro abobadado, de tabuado liso, com pequeno óculo, porta almofada e duas janelas com balaústres de madeira recortada. A estrutura da construção é em madeira e taipa, com telhado em duas águas e beirais em cachorros.

Internamente possui forro abobadado, de tabuado liso, com pintura decorativa, cimalhas e arco-cruzeiro de madeira, púlpito único e grade de madeira torneada separando a nave dos altares do arco do cruzeiro.


Praça Dr. Badaró


Antigamente tinha o nome de Largo das Cavalhadas, edificação térrea, que conservava as linhas arquitetônicas originais, sua construção primitiva remota ao período colonial.

É um dos prédios locais de maior expressão histórica, por ter pertencido ao inconfidente Domingos de Abreu Vieira. Segundo a tradição, ali se hospedou por mais de uma vez o maior herói da inconfidência mineira, Tiradentes. Sedia em parte da casa a Rádio Bom Sucesso.


Prefeitura Municipal de Minas Novas


A prefeitura foi construída em 1937, na gestão do prefeito Dr. Francisco Badaró Júnior, tendo como engenheiro o Dr. Ítalo Camisasca.